quarta-feira, 11 de abril de 2012

2º Serviço como intérprete



Olá, bom dia, boa tarde, boa noite. Legal ver que alguns já comentaram no meu primeiro post aqui. Foi com este propósito que criei este blog: Receber as mais variadas opiniões. Sejam elas de iniciantes, sejam de profissionais ou até mesmo de pessoas que apenas admiram a tradução e gostam de opinar criticando construtivamente, e assim, ajudando em meu início de carreira.

Hoje, venho aqui pra lhes detalhar sobre como foi o meu 2º serviço como intérprete.


Primeiro, antes de mais nada, considero este trabalho como o primeiro fruto do Grupo Tibra (sim, do grupo de tradutores e intérpretes do Brasil na rede social facebook do qual sou fundador). É que foi o primeiro trabalho que consegui por meio do grupo. Meu amigo e colega de profissão, Luís Cavalcante, foi quem me indicou. Em verdade, ele bem me falou que o seu irmão estaria em busca de um serviço de interpretação e pediu a Luís, como ele já atua na área há tempo, pra que entrasse em contato com sua lista de amigos intérpretes neste par de idiomas (Português - Alemão).

Prontamente, Luís, relacionou 3 (três) nomes, dentre os quais o meu se fazia presente, também.

Como é normal fui questionado se eu era fluente no idioma, se eu teria disponibilidade para fazer o serviço de interpretação e, por último, o valor que eu cobraria. E algo que, sim, pode até causar revolta dos profissionais:

--> cobrei algo que, para mim, estava de bom tamanho. Divergindo - como expus no 'Estreia como intérprete' - do mercado de interpretação e de preços normalmente cobrados. No entanto, cabe a minha explicação para tal:


Eu não tinha até então muitos trabalhos, como este sendo  apenas o segundo deles, para expôr em algum lugar [ou seja, possuir um portfólio] e assim dizer que já havia adquirido certa experiência. Depois, quis fazer mais contatos e aprender mais sobre em quais áreas são requisitados os serviços de interpretação / tradução  para que eu pudesse me especializar nestas áreas.

Aceitei prontamente, por querer ganhar mais conhecimento e me tornar um excelente intérprete!

Diferente do 1º serviço, fiquei sabendo do que se trataria este trabalho e pude, ao menos, pesquisar pelos jargões necessário e também aprender mais com isto.

O assunto desta vez foi muito menos 'pesado'. Agora, falaremos de cavalos, potras, éguas, garanhões.

Reuni um vocabulário básico na área e tratei de aprendê-lo rapidamente. Olha quão mais divertido foi aprender isto:



- das  Fohlen =potro/a;
- der Hengst = garanhão;
- die Stute = égua;
- der Wallach = castrado;
- die Schecke - malhado;
-  die Rappe = cavalo preto;
- die Falbe = pardo;
- der Huf = casco [na pata];
- die Mähne = crina;
- der Schweif = cauda;
- einreiten = equitar;
- das Gestüt = haras

[tropa]

[bode filhote]


Um pouco da simpatia dos animais no interior pernambucano.

O haras para o qual ofertei meus serviços é muito conhecido por ser um criadouro de cavalos da raça Manga Larga Marchador . Além de exportar estes cavalos com muita frequência. Esta raça de cavalo é muito benquista por brasileiros admiradores de cavalos e também por estrangeiros.

Neste caso, tratavam-se de 3  (três) interessados em comprar um cavalo desses. Coisa nada barata. R$ 50.000,00 (isto para um potro - filhote do Favacho Único - um garanhão de 27 anos de idade e vencedor de muitos títulos e pai de 90% dos cavalos por lá).

O trabalho foi bem simples e prazeroso, como tem sido até o presente momento.

Combinei um ponto de encontro com quem me levaria até o local, pois foi em Limoeiro (Interior de Pernambuco). Ao chegar por lá, quando tudo estava pronto, fui apresentado aos possíveis compradores dos cavalos.

Nunca tinha me deparado com cavalos e nem mesmo sabia como era uma exposição para venda deles. No entanto, o tipo de interpretação aqui foi muito simples:

Primeiramente, os cavalos foram soltos aos poucos, por tamanho e características, para visualização individual deles.
O primeiro pelotão foi o de potros e potras, sem as respectivas mães. Eles adentravam o espaço (como na imagem abaixo)

[cavalo sendo exposto à venda]


e simplesmente davam voltas num sentido; depois no outro. O cachorro na imagem acima é de extrema importância, pois  é ele quem mantém o cavalo sem sair deste cercado. Quando o cavalo queria sair, o cachorro simplesmente avançava assustando-o.

Pois bem, vários outros cavalos, divididos em tamanhos e sexo (potros, potras, éguas com filhotes, machos castrados etc) fizeram o mesmo trajeto.


A veterinária do Haras simplesmente dizia os nomes dos cavalos, a idade, e o seu parentesco (nome dos pais - vi que é muito importante, pois eles fazem cruzamentos com as melhores raças para obterem um cavalo com ótima postura, trote, passadas, angulação da espádua ou mesmo um pescoço não muito longo e nem caído. Ou seja, buscam chegar à perfeição.


Após mais de 50 cavalos expostos (todos muito bem cuidados) os dois últimos foram os mais imponentes. Ou seja, os mais bonitos....e também mais caros $$. Um deles, foi o ganharão Favacho Único - acima citado (creio que nem à venda estivesse, pois o bicho ainda tá na ativa gerando filhotes); o outro, foi o cavalo pertencente ao dono do haras - achei de um cavalo ao estilo árabe (mas, quem sou eu pra saber que cavalo era?). Apenas o achei muito bonito e de uma pelagem muito brilhante.

No mais, não vi problema algum em servir mais uma vez como intérprete. Agora, com a experiência adquirida do 1º serviço . Além do mais, conheci clientes potenciais, pois havia uma série de donos de fazendas e haras por lá que até anotaram meus contatos profissionais.

Como sempre exporei os pontos negativos e pontos positivos.



PONTOS NEGATIVOS:

1-  baixo valor cobrado pelo tempo de serviço ofertado (5 horas) e também pelo alto custo de venda dos animais (a partir de R$ 50.000,00 um bichinho desses). Vejo muito que este ponto, do qual trato agora, é o de maior revolta dos tradutores profissionais frente aos iniciantes, pois demonstra que os novatos (isto me inclui) começam a traduzir / interpretar e, não tendo noção dos valores, simplesmente, fazem um serviço ruim e de baixo custo, denegrindo o nome dos intérpretes e tradutores no geral.

Complicado, sim?! Pois, mesmo como iniciante e tendo eu feito algo assim, imagino que a minha visão de mercado e também perspectiva de futuro é totalmente diversa destes que assim podem criticar.

Primeiro, não havia uma comunicação tão fácil entre os países há 15 anos (quando, os hoje, profissionais iniciaram) - seja devido à internet discada, à não existência do skype ou mesmo de um acesso à internet de qualidade facilitando a comunicação.
Depois, nem mesmo o mercado da tradução, em minha região, era tão bem visado e almejado por muitos. Apesar de desde 1976 haver a figura do tradutor público em nosso Estado. No entanto, eles eram poucos. Mas, não pensando neles, era indiferente a pessoa do tradutor não-público. Ao menos, no que diz respeito à movimentação da classe de tradutores e intérpretes.

No eixo Rio-São Paulo, sempre mais badalado, sempre foi possível ofertar cursos, fazer eventos e mostrar a cara. Tanto que os que aqui iniciavam, quando queriam, iam para lá aprender um pouco. Isto mantém-se. No entanto, minhas pretensões - e o mercado atual tem ajudado - é de modificar isto.

Sim, sozinho não dá. Mas, contando com amigos e com o grupo tibra será bem mais simples. Os projetos serão apresentados em 2012.2.

Em resumo, comecei para adquirir experiência, e tendo-a, passo a aprender mais e a continuar firme no mercado da tradução / interpretação.


2- Este ponto negativo já é uma questão que começa a me preocupar e me toma muitos instantes de minha vida profissional (melhor, do início dela - hehe) : Questão dos impostos que me serão cobrados pelos meus serviços e que serão recolhidos junto ao Imposto de Renda (nunca imaginei que algum dia deixaria de apenas declará-lo como isento (na verdade, hoje é apenas necessário manter atualizado o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).


Mas, é uma questão da qual até mesmo aprenderei para tentar ajudar quem está como eu, iniciando e querendo se tornar, realmente, um tradutor. Todo início é deveras complicado!! Espero ser um facilitador também neste processo, assim como o foi em nosso concurso para Tradutor Público

Mas, deixo um artigo feito pela tradutora profissional Lorena Leandro em seu famoso blog Ao Principiante. Clique aqui para conferir como ela abordou esta temática.


PONTOS POSIVITOS:

1 - Como sempre, é muito bom ser um facilitador ajudando pessoas a se compreenderem. Algo de positivo que aprendi nesta através desta experiência é utilizar-me de algumas técnicas que já havia lido na internet e em livros também. É bom colocá-las em ação. Sinto-me cada vez menos envergonhado ou mesmo inseguro. Há muitas técnicas a aprender. Quero-as todas. Sim, pois ao final, posso saber qual é a melhor.

Os vídeos abaixo nos explicam o que fazer e evitar na hora de interpretar. Na primeira parte dele é mostrado qual postura deve ter um intérprete, onde deve posicionar-se, em que pessoa deve falar, não deve omitir, adicionar nada além do que está sendo dito, por fim, quando acontecer de o estrangeiro nos questionar algo que não tem a ver com o assunto -("como você aprendeu o idioma?", "morou no exterior?") - devemos manter a outra parte a par dessas conversas paralelas também.






Segunda parte do vídeo responde a questionamentos e dúvidas que eu pessoalmente tinha (agora não mais!) quando ofertei meu 1º serviço. Aqui já nos alertam, de como devemos agir caso não compreendamos o sotaque, a expressão ou mesmo a velocidade com que a pessoa fala. Também, saber a hora de interromper a pessoa, pausando pra que possamos interpretar. No primeiro post até falei sobre a interpretação documentada. Mas, não cabe aqui, pois, no caso dos vídeos, perguntas podem ser feitas no meio desta conversa. E não se trata de uma apresentação como no vídeo onde há a técnica da interpretação documentada.

No mais, os vídeos versarão sobre questões simples de serem evitadas e que nos ajudarão na qualificação e especialização de nossos serviços.





2 - Fazer clientes é um fator muito importante. A ida a um ser viço é o local perfeito de se divulgar. Muitos estão por lá te olhando, prestando atenção em sua postura, voz, gestos, velocidade com que interpreta etc. Digo que é o 'local perfeito', pois é como se fosse uma propaganda minha e eu ganhasse pra fazê-la (hehe). Agora, serei bem criticado caso não a faça bem!!


Enfim, amigos e leitores, dou por encerrada este meu 2º serviço como intérprete. Estou sempre adquirindo experiências. Espero contar com comentários de vocês para sempre evoluir. Críticas, construtivas, são sempre bem-vindas.

A você meu muito obrigado e manterei sempre este blog cheio de relatos e fatos vivenciados na minha empreitada como tradutor e intérprete. Uma área muito empolgante.


Afinal, qual delas escolherei para mim??

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